Tive uma carreira ligada à gestão de activos, principalmente focada em carteiras de investimentos de grandes clientes institucionais, como Fundos de Pensões e Seguradoras. E sempre me pareceu curioso o facto de que para a maioria dos agregados familiares o seu principal (e muitas vezes único) investimento ser a moradia de família.
Certas questões inquietavam-me. O que levava tantas pessoas a desprezar todos os conselhos para um investimento prudente – que eram o "mantra" da minha actividade profissional (diversificação de activos, regional, decisão racional e não emotiva, etc.) – e colocar todas as poupanças de uma (ou mais) vida(s) numa fé absoluta no mercado imobiliário?
Por que é que o desejo de ter "aquela casa" se sobrepunha a todas as outras considerações, mesmo para quem lidava diariamente com esses conceitos? Por que é tão difícil tomar uma decisão de venda quando a evidência aponta para que seja a decisão acertada?
Até que um amigo de longa data me desafiou para esta aventura no sector da Mediação Imobiliária. Na altura, já tinha a perfeita noção da responsabilidade que é aconselhar alguém que vai apostar as fichas todas num projecto de vida. E, por isso, sabia que tínhamos de ser muito mais que "vendedores de casas". O nosso objectivo era ser o principal apoio dos clientes que queriam vender, comprar, permutar uma parte substancial do seu património.
Percebi também que uma casa é mais do que as paredes que nos rodeiam. São os vizinhos, a rua, o café, as memórias que trazemos connosco quando decidimos mudar de ambiente ou regressar para onde já vivemos em tempos.
Tornou-se sólida a certeza de que é muito gratificante chegar ao fim de um processo negocial com ambas as partes felizes pelo passo que deram. Mas que também devemos acompanhar os nossos clientes na frustração de uma venda ou compra que não se concretizou à última hora.
No Siimgroup sou responsável por liderar um equipa de Consultores Imobiliários e a nível mais geral no grupo pela analise do mercado imobiliário, tentando ler números e projetar tendências. Sempre com a clareza de que em cada dia podemos fazer a diferença na vida das pessoas. Que este é um negócio de pessoas.
E isso é algo que faz toda a diferença na minha vida.