Para além de Lisboa, Algarve e Porto, os investidores mostram interesse em outras zonas do país, como Douro e Alentejo. Quintas e hotéis entre os imóveis procurados.
O investimento no segmento de luxo em Portugal extravasa já as localizações tidas como preferenciais, entre as quais se contam Lisboa - sobretudo a zona da Expo -, Cascais, Sintra, Tróia, Porto e Algarve. De acordo com Assunção Ravara, da RE/MAX Siimgroup, Douro e Alentejo entram neste campeonato. “Casas prontas a comprar e de preferência mobiladas são os alvos de maior procura, mas não só. Restaurantes, hotéis, quintas no Douro e no Alentejo são também muito apetecíveis, bem como casas com história, reabilitadas, claro está”.
Não obstante a tendência de diversificação do investimento, aquela responsável considera que Lisboa continua a ser ”uma das cidades mais procuradas”, tendência essa “que se prevê manter nas zonas históricas, com níveis de qualidade de vida e sofisticação crescentes”, afirmou.
Entre os fatores que considera relevantes para o crescimento registado, Assunção Ravara refere que “muito se deve à reconquista de confiança dos investidores nacionais e estrangeiros no mercado português e, isto nota-se muito nas principais feiras de imobiliário e turismo onde estivemos presentes”, tanto nacionais como internacionais, nota.
Procura externa aumenta
Segundo os dados avançados por Assunção Ravara, “2015 foi um ano de crescimento no setor imobiliário e, em especial, no segmento de luxo, que no Siimgroup, representou 40% do valor global de imóveis transacionados”. Na sua perspetiva, “o ano de 2016 não deverá ser diferente, acreditando que o valor de investimento e de transações se mantenha ou possa aumentar até ao final do segundo semestre”, antecipa.
Estes resultados encontram outra explicação: “Portugal neste momento atrai muitos turistas a nível mundial, ainda é um país seguro e o custo de vida ainda é mais baixo comparado com outros países da Europa e no resto do mundo”, explica a mesma operadora. Assim, “o caminho para o investimento estrangeiro neste sector é atrativo, não só para quem quer o retorno do seu investimento através de arrendamento, como também para quem escolhe Portugal para férias ou mesmo para viver”, complementa. Este investimento, disse Assunção Ravara, “representou cerca de 25% do valor global de imóveis” transacionados pelo Siimgroup, encontrando entre os mercados “com maior expressão, os cidadãos chineses, os franceses e os brasileiros”, disse.
E se “a procura estrangeira também aumentou neste segmento”, Assunção Ravara acredita que poderá manter-se nos próximos anos. Entre as principais motivações que “os clientes apontam destacam-se a segurança, clima e hospitalidade”.
Investir para arrendar
O investimento externo que procura o mercado residencial de luxo em Portugal pretende, “na sua maioria, comprar os ativos para rentabilizar através do arrendamento”, explica a mesma responsável. No entanto, “alguns cidadãos brasileiros e franceses demonstram a vontade de optarem pela residência no nosso país”.
A procura neste segmento tem sido motivada pelos programas de incentivo ao investimento internacional em Portugal - como a atribuição dos Vistos Gold e o regime de Residentes Não Habituais – que “ainda são uma âncora importante para a atratividade deste inves- timento”.
Nessa perspetiva, a carteira de imóveis do Siimgroup contempla “oportunidades de negócio para estes investidores”, os quais estão localizados “principalmente no centro da cidade de Lisboa e que vêm sendo dominados pelo tema da reabilitação urbana”, assunto que “motiva ao regresso das pessoas ao “Centro” das cidades e da vivência urbana”, explica Assunção Ravara. “Restaurantes, bares, teatro, circu- lação pedestre e traça antiga estão entre os elementos comuns desta tendência.
A mesma operadora realça contudo “a diversidade de oferta do mercado imobiliário português”, pela qual “é possível encontrar uma série de diferentes tipologias de casas, desde um pequeno estúdio até às grandes propriedades”. Nesse sentido, a mesma operadora inclui no seu portefólio imóveis em outros mercados considerados igualmente atrativos para investimento, tais como a Linha de Sintra, Cascais e campo - Ribatejo e Alentejo.