Segmento tem um potencial “imenso”, considera Assunção Ravara, da RE/MAX Siimgroup. Preços por m2 são ainda inferiores à maioria das principais cidades europeias, mas devem evoluir de forma moderada.

O segmento de luxo em Portugal regista uma evolução positiva no que toca à procura e à oferta no primeiro semestre do ano, que neste momento se equilibram. Assim, Assunção Ravara, responsável da RE/MAX Siimgroup, espera que “os preços continuem a crescer, mas a um ritmo mais moderado do que aquele que se registou até hoje”.

Na sua opinião, este mercado “continua bastante ativo na capacidade de atrair o investimento estrangeiro”. Por seu turno, “os programas de captação de investimento internacional, como a atribuição dos Vistos Gold e o regime de Residentes Não Habituais, continuam a ser uma âncora importante desta atratividade”.

Lisboa é a cidade mais procurada. “Uma tendência que se prevê manter nas zonas históricas, com níveis de qualidade de vida e sofisticação crescentes”, afirma a mesma operadora. Começa, entretanto, “a notar-se uma tendência para uma procura neste segmento de mercado nos centros históricos”.

Novo perfil de oferta
No universo das vendas de habitação de luxo concluídas pelo Siimgroup, “os estrangeiros continuam a pesar 25%”, quanto ao valor dos imóveis transacionados no primeiro semestre de 2016, “sendo ainda os chineses, franceses e brasileiros as nacionalidades com maior expressão nestas compras”. A “maioria deste investimento estrangeiro procura comprar os ativos para rentabilizar através do arrendamento”. No entanto, salienta a responsável da empresa, “alguns dos cidadãos brasileiros e franceses demonstram a vontade de optarem pela residência no nosso país”.

Em paralelo, é de assinalar “um novo perfil de oferta”, que resulta da reabilitação urbana e “motiva ao regresso das pessoas ao “centro” das cidades e da vivência urbana”, assegura a mesma operadora. Este renovado perfil de oferta na procura de novas localizações “acontece pela escassez e rapidez de negócio que se assiste atualmente nas zonas mais centrais das cidades, o que motiva a procura de outras zonas ainda por reabilitar e que podem ser soluções imobiliárias para o investidor”.

Potencial imenso
O segmento de luxo em Portugal tem um potencial “imenso”, considera Assunção Ravara. “Temos ainda um preço por m2 muito inferior à maior parte das principais cidades europeias”. Outros argumentos para promoção do país no mercado externo envolvem “o clima, a diversidade da paisagem, a riqueza patrimonial, as acessibilidades terrestres, marítimas e as ligações aéreas diárias para os principais aeroportos do mundo”.

Muito importante também “é a tranquilidade e a segurança que Portugal oferece”, sendo considerado “dos mais seguros do mundo e ainda oferece uma estabilidade económica e uma fiscalidade vantajosa no processo de compra para investidores estrangeiros”.

Não obstante os argumentos já mencionados, Portugal posicionase nos mercados externos “tornando-se atrativo para o investimento”, afirma. O país “está na moda em termos turísticos, o que dinamiza os
mercados nos arrendamentos sazonais ou mesmo de segunda habitação”. Por outro lado, “potencia o investimento direcionado ao arrendamento em qualquer localização, quer seja no campo, praia ou centro das principais cidades”, remata.