A par da ambição de aumentar a representatividade da associação, a APEMIP mantém a luta pela profissionalização e qualificação do setor, e garante que “não vamos ficar imobilizados à espera” do novo enquadramento legal para a atividade de mediação.
Com nova direção eleita para o triénio 2023/2025, a APEMIP reafirma a luta pela qualificação, dignificação e profissionalização da mediação imobiliária em Portugal, e quer ser cada vez mais representativa do setor, incorporando os agentes imobiliários entre os seus associados.
Em entrevista ao Público Imobiliário, Paulo Caiado, Presidente reeleito da APEMIP e prestes a tomar posse, recorda que, nos últimos 20 anos, “houve uma evolução natural do mercado, com muitas empresas, quer ligadas às redes de mediação quer totalmente autónomas, a concentrarem um grande número de agentes associados”. Agora, faz parte dos grandes objetivos do programa eleitoral da nova direção “poder incorporar estes profissionais enquanto associados”. E avança que a associação tem “a grande ambição de que a APEMIP incorpore também os agentes imobiliários naquilo que é a sua legitima representatividade”. Paulo Caiado destaca que este é um segmento de atividade da mediação em forte crescimento, e que “os desafios das empresas de mediação e dos agentes imobiliários não têm diferenças de maior. Se formos analisar, muitos destes profissionais são empresários em nome individual”.
Neste sentido, e mantendo-se uma associação de cariz empresarial, a APEMIP está agora a estudar a melhor forma de poder integrar os ‘brokers’ como seus associados, o que vai passar pela alteração de estatutos, um trabalho que já começou em 2022. Paulo Caiado explica que o caminho passará por “encontrar um modelo que permita privilegiar os associados empresariais da associação e simultaneamente termos a capacidade de integrar esses novos associados”. Isso poderá passar por empresas e profissionais terem níveis de representatividade de associado diferentes, nomeadamente em termos de quotização, acesso ou expressão no sufrágio, embora ainda nada esteja definido”. 2023 será um ano para “resolver estes aspetos formais”, garante o responsável.
Paulo Caiado está convicto de que “quanto mais expressiva for a representatividade da associação, maior será a sua capacidade de intervir”. O presidente da APEMIP diz mesmo que todo o setor beneficiaria de uma “representação única, sendo esta a forma de termos uma adequada expressão do que é o impacto e importância do setor imobiliário”.
Além da integração no seio da APEMIP dos Agentes e Profissionais imobiliários que, atualmente sem associação que os represente, possam encontrar no seio da associação o seu espaço de representatividade, o programa eleitoral da nova direção inclui outras prioridades como a criação de um Conselho Estratégico Internacional, órgão consultivo cujo objetivo será a procura global de tendências, de práticas, de modelos relevantes ao progresso dos associados e do setor.
Uma das primeiras medidas do novo mandato, a executar no curto-prazo, será o relançamento do portal CasaYes, que se quer afirmar como “a” plataforma do setor da mediação em Portugal, enquanto palco privilegiado de apresentação da oferta imobiliária. A ideia é reduzir a dependência de algumas plataformas de disponibilização de oferta e “agilizar a partilha de negócios entre os diferentes operadores e empresas”, segundo Paulo Caiado: “temos a possibilidade de ter autonomia e não estarmos dependentes de estratégias externas”.
Formação e profissionalização são prioridade
Ainda a aguardar novidades no que toca ao avanço da nova lei de regulação da atividade de mediação imobiliária, Paulo Caiado garante que a APEMIP mantém o seu trabalho para a maior profissionalização e qualificação da atividade, e que “não vamos ficar imobilizados à espera desta tão aguardada legislação”.
Por isso mesmo, a APEMIP tem o seu próprio plano de formação alargado, que será cada vez mais “acompanhado de símbolos, como selos de garantia, certificados, entre outros, que possam dar a conhecer aos clientes e às equipas das mediadoras, que estão a apostar nessa formação, e que isso possa ser um fator competitivo e diferenciador importante”.
O novo enquadramento legal, que promete uma “melhoria da atividade de mediação em termos de notoriedade e níveis de exigência”, foi anunciado no ano passado, de acordo com uma proposta de base produzida pelo IMPIC, mas não se materializou ainda. De qualquer forma, Paulo Caiado acredita que “vai permitir dignificar, implementar rigor e transparência à atividade de mediação” e os beneficiários desse facto serão todos os cidadãos”.
O dirigente acredita que, dentro do enquadramento legal aguardado, “é essencial que o acesso a atividade seja livre, mas que deverão existir exigências formativas quer para esse acesso quer para a continuidade na profissão. Não se trata de limitar ou impedir acesso à profissão. Qualquer empresa ou profissional deve poder aceder. Contudo, é preciso assegurar que todos os que se encontram nesta atividade têm uma base mínima de preparação que confere segurança e tranquilidade a todos os cidadãos que recorrem a uma agente ou mediador imobiliário”.
A nova direção APEMIP para o triénio 2023/2025
Paulo Caiado, do Siimgroup, foi reeleito Presidente da direção da APEMIP no âmbito das eleições da associação para os corpos sociais do triénio 2023-2025, no final de novembro. A direção executiva integra ainda como vice-presidentes Reinaldo Teixeira, da Garvetur, Patrícia Barão, da JLL, Domingos Silva, da Predial Parque, Ana Paula Marques, da Goldentree, e José Paraíso, da Exitcasa, sendo Teresa Fernandes, da Europredial, vogal.
Por ocasião do ato eleitoral que marcou o início deste mandato, Paulo Caiado afirmou que este quadro diretivo tem como grande objetivo “ter a generalidade dos Associados interessados nos destinos da sua Associação. Este é o principal desafio da APEMIP, para os próximos 3 anos. Só superável com uma associação próxima e capaz de fazer com que todos se sintam bem representados”.