Um novo projeto imobiliário está em vias de nascer na margem Sul do Tejo. A Câmara Municipal do Barreiro pretende lançar, até ao verão, o concurso público para a venda e requalificação da Quinta Braamcamp, que foi em tempos da antiga Sociedade Nacional de Cortiça. O terreno de 21 hectares está atualmente em estado de abandono e fica localizado na frente ribeirinha da cidade, virado para Lisboa.
O concurso terá um valor base de cinco milhões de euros, mas deverá implicar um investimento privado na ordem dos 60 milhões de euros.
E a operação está já a despertar o interesse de investidores, sendo que o processo de venda por parte da autarquia - que adquiriu a quinta, em 2016, por três milhões de euros ao BCP, após a insolvência da SNC - estará condicionado.
"Destes 21 hectares só 5% será ocupado por habitação. Apenas será permitida a construção de 25 mil metros quadrados (m2) e não poderão criar nenhuma parede na frente rio. O restante espaço irá contemplar uma área verde circundante, de lazer, ambiente, etc.", revela Rui Braga, vereador da Gestão e Reabilitação Urbana da Câmara Municipal do Barreiro, citado pelo Sol.
Isto significa que poderão ser construídos 185 novos fogos para um total de 555 habitantes.
Processo de venda condicionado
Mas as exigências não ficam por aqui. As propostas, segundo o autarca, terão de contemplar a reconstrução das casas senhoriais que estão neste momento em ruínas e devem ser transformadas em unidades hoteleiras. Um critério que, segundo o responsável, "vai suprir uma necessidade gritante do município porque o concelho não tem qualquer oferta hoteleira".
Além disso, o investidor que ganhar o concurso terá de qualificar o espaço público, assim como dotar a área de equipamentos desportivos. Um desses exemplos, é a construção de um campo de futebol. Ao mesmo tempo, escreve o jornal, terá de levar a cabo a recuperação patrimonial da caldeira e permitir a sua utilização por clubes e escolas de remo.
Outra aposta passa pela restauração do moinho, que poderá ser usado como espaço de lazer. O vereador diz que esta zona poderá "facilmente ser convertida num espaço de restauração".
Também a cargo do investidor estará a implementação da infraestruturação do território – saneamento, energia e telecomunicações – e a dinamização económica e criação de emprego.
Casas com preços a partir de 2.500 m2
Mas, apesar destes critérios, Rui Braga mostra-se otimista em relação à adesão do concurso: "Todos os que visitam aquele espaço facilmente se apaixonam".
O empresário Carlos Matos é um dos potenciais candidatos. Ao Sol confirmou a sua disponibilidade em avançar com o projeto, adiantando que prentende "apresentar um produto de qualidade a preços baixos para que sejam acessíveis aos bolsos dos portugueses". O investidor estima que os preços por m2 deverão rondar entre os 2.500 e os três mil euros.