Cresce procura de zonas calmas e ligadas à natureza, tendo como ponto principal a proximidade à cidade. Siimgroup integra Countryside no portefólio.

A construção de novos projetos “não está a repor soluções imobiliárias em quantidade que acompanhe os fluxos de procura”. A manter-se esta tendência, “iremos assistir à descentralização da procura de imóveis de luxo” para outras regiões do país. De acordo com Isabel Ravara, administradora do Siimgroup, “as cidades, como Lisboa e Porto, são cada vez mais cosmopolitas e como tal são cativantes pela variedade cultural e pela dinâmica que oferecem”. Porém, nota, “a tendência começa a mudar, embora de forma gradual”.

Se a procura dominante por este segmento continua a dirigir-se para “a cidade de Lisboa e para o Algarve”, “podemos indicar que existem algumas movimentações para outras zonas do país”. Assim, “começa a notar-se uma vontade de procura de zonas mais calmas e mais ligadas à natureza, tendo como ponto principal a proximidade à cidade”, refere.

Em paralelo, “a redução de soluções do segmento de luxo nas grandes cidades fará com que os investidores se interessem por outras soluções alternativas que se encontram dispersas por todo o país”. Esse foi um dos motivos que levou à integração da RE/MAX Countryside no Siimgroup, a par do luxo, explica a mesma responsável.

Tranquilidade do mercado
Isabel Ravara sustenta que, tal como nos restantes segmentos do mercado imobiliário, também no luxo “devemos deixar o mercado atuar”. Se, “no futuro, o segmento de luxo for caracterizado por grande escassez, os construtores e promotores estarão atentos na identifi cação dessas oportunidades de negócio”, considera.

Essencial é, na sua opinião, “continuar a ter a tranquilidade indispensável ao desenvolvimento do mercado imobiliário”. No âmbito do quadro fiscal “a atual situação tem conhecido grande estabilidade em parte
responsável pelo excelente desempenho do mercado”.

Parte significativa das aquisições de imóveis de luxo, especialmente pelos investidores estrangeiros, é realizada na perspetiva do investimento. “É fundamental que Portugal se posicione na linha da frente das soluções globais de investimento imobiliário no segmento de luxo”, estima.

A procura estrangeira “será sempre um grande dinamizador do mercado imobiliário”, afirma Isabel Ravara. “O nosso país continua ser visto, pelo mercado estrangeiro, como um local ideal para viver, tendo em
conta o clima e a segurança. São dois pontos que pesam muito na decisão de compra de casa em Portugal”.

No segmento de luxo, “a relevância é acentuada, porque neste segmento as diferenças de valor por metro quadrado são grandes quando comparadas com ativos idênticos em outros países europeus”. Neste campo, Isabel Ravara destaca Lisboa, a linha de Cascais, o Porto e o Algarve.

Reabilitação e património
A reabilitação das cidades é outra consequência positiva deste investimento. “Cada vez mais se nota uma forte vontade das cidades portuguesas em reabilitar os seus espaços”, facto tanto mais importante, acrescenta, quanto “Portugal tem um capital histórico muito forte”.

Neste sentido, “há espaço para reabilitar os vários espaços existentes tendo em conta os vários segmentos da área imobiliária. É fundamental que a malha urbana seja organizada e devidamente equilibrada, podendo ir ao encontro dos fluxos de procura”. Por este motivo, afirma Isabel Ravara, “parte muito signifi cativa da reabilitação procura simultaneamente recuperar e converter os ativos imobiliários em segmento de luxo”.

E é “especialmente” sobre “os imóveis de valor mais elevado” que “o mercado estrangeiro deverá continuar a procurar Portugal”, conclui.

Luxo representa 10% das vendas

Em 2015 o SIIMGroup realizou uma média de 101 imóveis transacionados por mês. O mercado de luxo representou 10%, correspondente a 11 imóveis transacionados por mês. Em 2016, “registamos um acréscimo de 3% face aos imóveis transacionados por mês”, assegura Isabel Ravara.

“A nossa área de especialização no centro de Lisboa e Linha de Cascais permite-nos afirmar que continuam a ser as zonas de grande procura com uma forte incidência dos investidores estrangeiros”, disse. No setor Countryside “também começamos a notar um aumento da procura”.