Atuando no mercado desde 2001, com uma vertente de mediação imobiliária sob a insígnia Remax, o Siimgroup pretende atingir um volume de negócios dos imóveis transacionados de 140 milhões de euros este ano, depois dos 47 milhões registados em 2010.
Em entrevista à Vida Imobiliária, Isabel Ravara, administradora do Siimgroup, explicou que «tudo indica que vamos conseguir, senão superar» este resultado, já que «o ano começou de uma forma muito forte». De acordo com esta responsável, «o mercado está muito ativo, e temos atualmente uma equipa muito eficaz e produtiva. Conseguimos chegar a nichos de negócios que tradicionalmente nem “gostavam” muito da mediação imobiliária. Estamos a falar de prédios, por exemplo, de fundos que vêm ter connosco para colocar imóveis à venda ou para comprar através de nós, confiam na nossa escolha», diz a responsável.
O Siimgroup regista uma média de imóveis transacionados atual de 111 imóveis por mês, entre vendas e arrendamentos, com os arrendamentos a representar 10% deste valor, que comparam com os 40 imóveis transacionados em 2010, quando as coisas corriam menos bem ao mercado imobiliário.
A responsável explica este crescimento com uma maior atividade do mercado, em geral, e porque «passámos daquela fase em que havia muita oferta e pouca procura, e estamos numa fase em que continua a haver oferta e uma procura mais seletiva, dirigida para zonas mais interessantes, e estamos com maior capacidade para angariar imóveis em zonas muito interessantes, sobretudo em zonas centrais e mais apetecíveis», explicou, falando sobretudo de imóveis para habitação nas zonas centrais de Lisboa e Cascais e de «algumas localizações de praia especiais». «Neste período especializámos muito a equipa e investimos muito na formação, estão agora mais aptos a apresentar soluções, e depois os compradores acabam por vir ter connosco naturalmente», completa.
No ano passado, os negócios de habitação de luxo representaram 40% da faturação do Siimgroup, e 13% do total da operação. Segundo Isabel Ravara, são os compradores via “golden visa” que mais procuram este tipo de imóveis, «pois têm o fator preço que condiciona a concessão desta autorização de residência». Além de europeus, o grupo regista também procura por parte de brasileiros, «que procura imóveis de grande qualidade, normalmente localizados em condomínios, com outro tipo de características», que pretendem, no futuro, vir a habitar. «No nosso caso, temos mais procura por parte de europeus do que de chineses», embora os últimos acabem por pesar mais na faturação», sendo que a faturação deste segmento deverá superar os 50 milhões de euros este ano, segundo as previsões da empresa.
Para o Simgroup, a Remax Collection, dedicada aos imóveis de luxo, também por si operada, é «uma área complementar» e «um mercado muito interessante, que obriga a uma especialização muito diferente que é sempre um desafio, é um upgrade no currículo dos consultores também. É um mercado muito concorrencial já que há marcas que estão implementadas neste ramo há muitos mais anos, mas achamos que devemos ir por aí.
Grupo aposta na área de Countryside
Uma das áreas em que o Siimgroup está mais apostado é na área de Countryside, pois «o mercado dos imóveis agrícolas é um mercado que já existe há algum tempo mas que está muito disperso por freelancers ou curiosos, pessoas que atuam de uma forma muito desorganizada. Por um lado, pudemos aliar-nos a uma empresa de agrobusiness, e resolvemos avançar precisamente por este mercado estar muito desorganizado. Assim levamos todo o know-how da marca Remax (como angariar, estudos de mercado, defender o interesse do proprietário) a uma área nova, o que para nós é um desafio». Neste momento, o grupo tem «um nicho de negócio de propriedades agrícolas que foram depois entregues aos bancos e a fundos imobiliários que têm os imóveis consigo, mas que não têm capacidade para manter a terra produtiva, e portanto quando a vendem, sem estar produtiva, perdem valor. E nós temos quem consiga assegurar esse manutenção», explica.
Crédito: «bancos mantêm padrões de seleção de clientes mais exigentes»
De acordo com Isabel Ravara e com a sua experiência no Simgroup, «os portugueses nunca deixaram de comprar casa. Quando os bancos pararam quase totalmente de conceder crédito, assistimos a um fenómeno curioso que foi as pessoas tirarem as suas poupanças e a comprarem casa, mais seletivamente, aproveitando muito a baixa de preços, e nessa altura apareceu esse tipo de comprador». A responsável atesta que agora «voltam os compradores que recorrem ao crédito, mas os bancos mantêm agora padrões de seleção de clientes mais exigentes. Analisam tudo com mais cuidado, não vamos voltar aos financiamentos de 100% enquanto nos lembrarmos do efeito que teve, e ainda bem». Nos últimos anos, «o arrendamento foi uma alternativa, e nós próprios fazíamos muito mais transações de arrendamento do que de venda, mas agora já passou a ser quase residual, significa apenas 10% das facturações e cerca de 2% em termos de faturação».
2015 pode ser «o melhor ano de sempre»
No que diz respeito ao investimento, uma das áreas de operação e especialização do Siimgroup, Portugal está no mapa: «promovemos a nossa atividade no estrangeiro, nomeadamente através da presença em feiras internacionais, o que é fundamental, e através dos portais especializados da Remax, para divulgar a nossa presença lá fora», explica a responsável.
Segundo a mesma, «se o ano continuar a este ritmo, pode mesmo ser o melhor ano de sempre. Houve uma série de conjugações positivas em Portugal e infelizmente negativas noutros mercados próximos, que fizeram com que os investidores olhassem para Portugal, por exemplo o norte de África. Vários estrangeiros vieram para cá, gostaram, e no ano seguinte voltaram para comprar casa, por exemplo». A responsável nota ainda que «alguma procura resvala de Espanha, especialmente no mercado de praia, de zonas mais turísticas, e que vêm uma alternativa em Portugal. Ingleses, belgas, holandeses que vêm para Portugal em alternativa, e mesmo o regime dos “golden visa” é mais favorável do que no país vizinho. O espanhol obriga a um volume de investimento mais baixo, mas tem uma permanência no país superior», destaca.
Isabel Ravara acredita que «vamos continuar a ter uma procura essencialmente baseada na localização dos imóveis, esse é o fator mais importante, e é o que garante o valor do investimento. Estamos a comprar não só um imóvel, mas também valor, que independentemente das oscilações de mercado, eleições, etc, quando comprados nessas zonas, representam um investimento seguro».
Acrescenta ainda que «vamos continuar a assistir à compra em zonas de luxo, por exemplo no centro de Lisboa, que vai continuar a ter muita procura». Por outro lado, salienta também o mercado do Porto, que «também vai tendo mais procura, em zonas tradicionalmente mais históricas e mais centrais».